quinta-feira, 10 de junho de 2010

Soneto dos Gritos - Amanda Souza

O grito pelo som da noite oculto
Se faz novo, calmamente desesperador
O brado incorrupto de tom afoito
Rasga os pulmões flamejantes em ardor.

O sangue não lhe corria mais às veias
Lágrimas ocuparam o espaço vital
Mas há um local em que esta não permeia
O vermelho que lhe resta, sopro final.

Numa guerra inútil de combatentes enclausurados
Seu desenlace se torna incerto e trivial
Não há mais nada que detenha seus soldados.

O objetivo claro da batalha genial
Ambos exércitos acabarão derrotados
Anulando suas vidas, uma morte crucial.

Amanda Pereira Souza - @div_Am

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